segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sofrer, Sofrimento, Tristeza.

É como uma praia deserta num dia nublado. Um parque de diversões abandonado. Uma caverna fria e escura. O temor de saber se estará vivo amanhã. É entender o que nos faz abaixar a cabeça e pensar se vale realmente a pena. É estar sufocado, mesmo não tendo nada em vossas gargantas para apertar e assim impedindo a passagem de oxigênio. Estrangulamento? Não, apenas um motivo, uma atitude, pra ser tornada em imagem de punhos em direção ao nosso pescoço e sem perceber, vai se apertando aos poucos, e a cada momento que se passa, esse sufocamento vai nos destruindo por dentro de uma tal forma que mal conseguimos falar, nem que seja somente para as paredes. É uma forma tão fria e cruel que acontece, que mal sabemos se ainda estamos vivos, ou é o primeiro passo para o nosso óbito.

Melancolia? Talvez sentimentalista demais? Ou apenas mais um dramático em busca de atenção? É isso o que realmente pensam os que nos veem passando por essa lenta morte ilusória, acham que estamos apenas ilustrando artifícios para que possamos ser dignos de um ombro amigo, de um carinho, de atenção. Hipócritas sim, é o nome correto para esse tipo de gente, mas mal sabe eles que também já passaram ou vão passar por isso e é a nós que eles recorrem, e se sentem envergonhados, depois de rirem de nossas caras dizendo-nos que somos apenas como peças de xadrez, que qualquer jogada em falso, uma tentativa erronia, ou apenas um simples balançar no tabuleiro, nos traz ao chão como peças mortas, descartadas.

Então? Já se sentiu como uma peça caída num tabuleiro, sem ter como ficar de pé novamente, contando apenas com a atitude de seu jogador para levantar-se. O mesmo jogador que quando perde joga as peças ao chão, que quando ganha exalta suas jogadas, e quando quando o guarda, junta-as e as coloca num local fechado e sempre as conta para ter certeza que não foi perdida nenhuma peça. E Esse jogador? Por que não ser nós mesmos? Por que ser logo alguém que não nos conhecem por dentro e não contém noção alguma de coisas que somos necessitados e frágeis.

Seria tão mais fácil podermos nos controlar, guiar. Mas infelizmente nem de nossas vidas temos o controle, talvez um pouco de domínio, mas não controle. Há uma pequena diferença entre controle e domínio. Controle, você possui tudo sobre sua mão, tem o poder da escolha e do certo e o errado, é um proprietário sublime e autoral. Domínio, você possui o poder da opinião, mas não o controle do seu território, porque ele é tão rodeado de pessoas diferentes, jeitos, costumes, atitudes e personalidades, que fica tão complicado abrigar tanta gente em um rumo só, um controle, uma regra. Assim, temos domínio e não controle.